A realização de "Trabalhadores de Ferro" foi nossa ocupação de férias de 2017 a 18, sendo que grávida da Aurora de 6 para 7 meses, fizemos serão no set de filmagem, normalmente começando durante a tarde e finalizando por volta da meia noite. O curta foi um desafio dobrado em relação a "O Selvagem", a começar pelo dobro do tempo do filme editado. Se naquele tivemos que driblar a chuva para gravar ao ar livre, neste tivemos que ter muita precisão para compor cada item do cenário, o quarto, a cozinha, a oficina em que atuaria o soldador. Comprei os tecidos que precisávamos para compor a criatura, cuidei dos utensílios de cozinha, das refeições, costurei o corpo que aparece sendo enterrado e também fiz, inúmeras vezes, a maquiagem do nosso soldador, que tinha que aparentar mais velho e cansado, pela característica do papel. Negociei a parceria do visual na barbearia e ainda fiz alguns takes de making off para nossos posteriores registros. Acima de tudo, procurei ser sempre uma companheira para todas as necessidades que o Lucas acreditasse que o filme exigiria. A minúcia de detalhes, como as gotas da chuva cenográfica caindo no lugar certo, somada aos efeitos especiais criados por ele, culminaram no clima de terror que queríamos no filme. 

Minha participação em "O Selvagem", muito embora nos créditos conste como assistente de direção, disse respeito a um pouco de tudo daquilo que se faz por trás das câmeras: comprei os sacos de algodão e tingi as roupas dos sacis; me encarreguei das makes, inclusive em enegrecer o nosso ator que faria a criatura; lembrei de detalhes como o que levar, onde colocar: bem questões de produção mesmo; mas também ajudei o Lucas a fazer os QGs dos equipamentos, segurei  umas lentes; etc. Sou sempre uma entusiasta nos filmes roterizados e dirigidos por ele, inclusive, pra empolgar a hora de improvisar um desfecho, em que o próprio diretor se tornou um saci nos frames finais. Este take, e só este, fui eu quem fiz ;) 

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