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O companheiro na decoração dos lábios

Na história da humanidade, se começou cedo tentar inventar o que chamamos de batom. Principalmente no inverno, eles podem fazer muito por você

Daiana Pasquim
Sem cerimônias, ele toca os nossos lábios num gesto que gostaria de ser repetido por muitos. Batom: objeto de desejo de toda mulher, torna-se ao longo de nossas vidas um companheiro inseparável. As nossas fases vão e vem e dezenas deles passam por nossas bolsas. Do cor de boca, aos rosas até os vermelhos intensos, os tons de batons dizem muito sobre o nosso estado de espírito de cada dia. O batom certo pode fazer muito por nós nestes dias frios, do driblar a palidez a curar o mau humor.
Mas num tratado sobre o batom, devemos dizer que ele escorre suavemente de um lado para o outro levado por um suave gesto que respeita linhas para enaltecer contornos. Essa descrição para o “passar batom”, repetido inúmeras vezes – ao dia - pelas milhares de mulheres, é uma prova sutil de que ele é mais que uma maquiagem, pode ser tido como um amuleto de sorte, que tem poder transformador e energia forte. Quando pesquisamos sobre a história dos batons, descobrimos que eles vêm decorando os lábios femininos há muitos séculos, claro que no princípio, era uma tentativa de descobrir uma forma de fazer essa coloração, tirando principalmente dos produtos da natureza.
Na idade média vários eram os maquiadores, o açafrão servia para colorir os lábios, o negro da fuligem era usado para escurecer os cílios, a sálvia para branquear os dentes, a clara de ovo e o vinagre para aveludar a pele. Para enfeitar a boca em busca da sensualidade, as mulheres do Mundo Antigo recorriam às alternativas naturais. Já no Egito Antigo, dos Faraós, as mulheres usavam “púrpura de Tyr”, enquanto as gregas aplicavam uma raiz vermelha chamada “polderos” com cerato de mel para dar um aspecto mais saudável e úmido aos lábios. Depois de saber de tudo isso, valorize bastante as embalagens tão práticas e apresentáveis que temos hoje. Pense o desconforto de carregar um saquinho de açafrão na bolsa?
Fato é que buscar a sensualidade no colorir a boca é um dos hábitos mais antigos na história da vaidade. No decorrer de 2 mil anos, a finalidade primordial do batom tem sido a de realçar a aparência.Vale lembrar, que nem sempre foi artigo só de mulheres, a história mostra que no mundo antigo, os homens usavam decorar os lábios. E essa moda já voltou.
No século XIII, um monge de Piza descobriu o carmim de Cochinella (Coccus Cactis), pigmento vermelho insolúvel em água, iniciando-se uma nova moda na arte de pintar os lábios. Mais tarde, na corte francesa de Luiz XVI, substituíram as gorduras animais, de odor desagradável, pelo óleo de oliva e de amêndoas doces. Em 1886, os óleos vegetais foram substituídos por óleo de vaselina, diminuindo assim, os problemas de durabilidade do produto. Rhocopis, um perfumista francês, foi o responsável pela revolução que definitivamente trouxe o batom para a vida das mulheres no século XX.
Seu invento, o “bàton serviteur”, era uma massa composta de talco, óleo de amêndoas, essências de bergamota e limão, de cor vermelha, cuja textura se devia ao acréscimo de gordura de cervo. Envolvido em papel de seda, daí o nome batom, que significa bastão, em francês o pequeno instrumento conquistou rapidamente as mulheres. Ele seguiu conquistando atrizes e prostitutas do mundo inteiro. Foi só durante a Primeira Guerra Mundial que as donas de casa perderam o preconceito e aderiram à moda do batom vermelho.
O cosmético já carregou até mesmo um estigma social. No século XIX, quando qualquer tipo de maquiagem era tabu, as mulheres que usassem batom eram consideradas sexualmente disponíveis. Uma mulher com a boca carmesim era uma sereia; a que escolhia um batom mais claro, de um rosa mais discreto, era uma boa moça.
O batom que conhecemos hoje, em forma de pequeno bastão sólido, surgiu a partir de 1935. Ainda bem que temos a liberdade de escolher a cor conforme o tom de pele, o preço, a marca, a roupa que vamos usar. E o melhor, eles ainda oferecem cuidados especiais aos lábios, uns com filtros solar outros com hidratantes, que temos a nossa escolha num leque infinito e multicolorido. 


Vermelho clássico 
A boca vermelha é considerada uma arma de sedução. Especialmente em Hollywood, onde estrelas do cinema como Marlene Dietrich, Rita Hayworth e Mae West conseguiram tirar a fama de vulgar do vermelho. Marilyn Monroe e sua boca carnuda e vermelha transformaram-se em sinônimos de sensualidade feminina. A cor é tendência deste inverno nos lábios de Sabrina Sato, Mayana Moura, Gween Stefan e outras estrelas.
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